terça-feira, 25 de março de 2008

Homenagem a Debret na Casa Brasil-França

Daniel Moncada

A Casa França-Brasil abriga, a partir do dia 25 de março, terça-feira, a maior exposição já feita no Brasil com obras do pintor francês Debret. Intitulada Os Museus Castro Maya apresentam: O Teatro Pitoresco de Debret , a mostra reúne cerca de 600 obras do artista que documentou com maestria o período joanino e integra o calendário oficial das comemorações dos 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil.

Jean-Baptiste Debret (1768-1848) chegou ao Brasil na comitiva da Missão Artística Francesa. Ele viveu no Rio de Janeiro de 1816 a 1831. Com 511 obras – 346 aquarelas, 151 pranchas litográficas e cinco óleos de Debret, além de nove trabalhos relacionados a ele – a mostra revela o Rio, tanto como sede do império português como do Brasil, com todos os seus contrastes e exuberâncias. A exposição Os Museus Castro Maya apresentam: O Teatro Pitoresco de Debret é uma iniciativa dos Museus Castro Maya (IPHAN/MinC), com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e patrocínio da Bradesco Seguros.

A exposição tem três módulos e dois anexos. No vão central estarão 220 aquarelas pertencentes aos Museus Castro Maya, que representam o resultado final feito por Debret a partir de suas anotações nas ruas da cidade, cinco óleos produzidos pelo artista, e um retrato seu, feito por seu aluno Manuel de Araújo Porto Alegre. Na sala lateral esquerda será exposto pela primeira vez o conjunto de 151 litografias do livro Viagem Pitoresca e Histórica pelo Brasil, editado na França entre 1834-1839, com impressão supervisionada por Debret. O conjunto pertence ao acervo de Guita e José Mindlin. Na sala lateral direita estarão 116 esboços em aquarela feitos por Debret diretamente nas ruas da cidade, a matéria-prima para seus trabalhos em aquarela ou litografia. As aquarelas são do acervo dos Museus Castro Maya.

Abertura: 25 de março de 2008, às 18h

Visitação: 26 de março a 11 de maio de 2008

Fundação Casa França-Brasil: Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro, Rio - Tel: 2253-5366
Terça a domingo, das 10h às 20h

Entrada franca

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Muita organização e pouco tempero.

Madeleine Gadelha

Pelo segundo ano consecutivo a V Semana Cultural de Santa Teresa teve o apoio da prefeitura do Rio. E como havia sido anunciado por Vitor Paixão, um dos curadores do evento, a festa desse ano foi bem menor. Com a intenção de concentrar as atividades, o evento perdeu o charme e participações de peso como o bloco profano de Amir Haddad que desfilava toda sexta-feira da Paixão com muita irreverência, provocação e simpatia, atraindo a cada ano mais participantes. Perdeu também as instalações que se espalhavam por todas as ruas do bairro, chegando muita vezes quase à Lapa.
Por outro lado, teve participação do Songoro Cosongo, uma banda/bloco formada por músicos brasileiros, argentinos, chilenos e colombianos, moradores de Santa Teresa, que atrai mais fãs a cada apresentação. Teve o parque das Ruínas aberto até altas horas, com programação incluída no evento e ruas tranquilas, bem diferente da bagunça do Carnaval. Restaurantes lotados e cardápio especial de Páscoa. Dias de sol e muitos turistas estrangeiros. Cariocas de outros bairros não foram muitos, ruas policiadas e tranquilas. Enfim, uma festa essencialmente feita para os moradores do bairro.

Domingo é dia de Salto

Renata Roxo

Há alguns anos atrás, o nome da banda, assim como o cantor, eram diferentes. Depois de uma lipoaspiração que deixou o cantor Marcus Menna fora de combate, os integrantes do LS Jack mudaram o nome da banda para O Salto e convocaram o cantor Fábio Allman para assumir os vocais. Fabão, como é conhecido, vem de uma estrada longa e de bandas como o Monobloco.

- O Fabão deu o gás que a banda precisava para lançar um trabalho com uma pegada mais roqueira. - Afirma a produtora do grupo, Karla Pessoa.

O primeiro CD do grupo, chamado A noite é dos que não dormem foi largamente elogiado pela crítica e o repertório passou a contar com versões de músicas conhecidas de grupos como Rolling Stones e INXS. No momento, o grupo prepara seu segundo CD e divulga o novo single Noite de Sorte. Para conferir a nova formação, o novo show e novo single, é só dar um pulo ao Cine Lapa, dia 30/03, onde a banda vai estar tocando dentro do Festival Lambretta Jam ao lado das bandas Beco, Flay e Misancene.

O Cine Lapa fica na Avenida Mem de Sá, 23; a casa abre às 18h e os ingressos são R$ 15.

Maiores informações sobre a banda: http://www.fotolog.com/osaltoficial


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Da internet para os palcos

Agatha Ramos

Quem tem banda sabe da dificuldade que é conseguir um espaço na mídia, emplacar um hit nas rádios, chamar a atenção de uma grande gravadora, ter seu trabalho divulgado para, finalmente, atingir o status pop. Com a internet, qualquer músico ou banda podem ser vistos (e ouvidos). É simples : o internauta baixa, escuta, gosta e divulga. A popularidade forma-se, então, através do boca-a-boca entre antenados nas novidades virtuais.

Pra não ficar pra trás, o mercado fonográfico tenta acompanhar a velocidade de como a música vêm sido divulgada na rede. Hoje em dia é raro o músico ou banda que não disponibiliza suas músicas online. Só no MySpace, são mais de 56 mil bandas brasileiras cadastradas. Os fenômenos virtuais, depois de já terem formado público, precisam agora sair dos fones dos mp3 players e ipod's para ganhar uma visibilidade e mostrar que existem também no espaço físico.

É com a proposta de trazer os artistas badalados da internet para os palcos, que surge o Festival Evidente. O evento, que começou terça-feira passada na Cinemathèque Jam Club, com João Brasil e Banda Leme, conta ainda com nomes como Mallu Magalhães, Luísa mandou um beijo e os americanos da banda Shellac. Os shows acontecem também no Teatro Odisséia, na Lapa e terminam nessa sexta-feira.

Segundo os organizadores do evento, ''O que você vai ver e ouvir não são tosqueiras da internet. O que o Evidente quer é oferecer às bandas um passo adiante, colocá-las em evidência para público e mídia. E também oferecer ao público a música nova boa que tanto se ouve falar mas pouco se escuta''. Serão disponibilizados ainda, vídeos e mp3 dos shows que irão circular pela internet.


Cinemathèque Jam Club : www.matrizonline.oi.com.br/cinematheque

Teatro Odisséia : http://www.teatroodisseia.com.br/



Para ouvir as bandas :

www.myspace.com/joaobrasil
www.myspace.com/bandaleme
www.myspace.com/mallumagalhaes
www.myspace.com/luisamandouumbeijo
www.myspace.com/bandasmack



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terça-feira, 18 de março de 2008

V Semana Cultural em Santa

Madeleine Gadelha

Programe-se para passar o dia inteiro em Santa Teresa. Nesta quinta-feira, dia 20 de março, começa mais uma Semana Cultural no bairro. Você pode acompanhar e participar da confecção dos tapetes ornamentais que enfeitarão as escadarias, ladeiras e muros do bairro durante o feriado. Entre o Largo dos Guimarães e o Curvelo, no coração do bairro, haverá uma instalação retratando as 14 estações da via crucis, abertura das exposições de Fotografia e o início dos recitais de poesia. Já no dia 21 de março, sexta-feira, é a vez do grupo teatral - o mesmo do carnaval - Céu da Terra encenar o cortejo da Paixão de Cristo, percorrendo as instalações artísticas da via crucis. E no sábado, dia 22 de março, acontece a tradicional "malhação de judas" que contará com a participação de grupos circensens do bairro com Tropa de Palhaços, Rally Circo, Velhas de Santa , entre outros. Para encerrar a festa, o bloco mais importando do bairro, Carmelitas se apresenta lá pelo fim da tarde no Curvelo e segue em cortejo até os Arcos da Lapa. É programa para quem gosta de andar a pé e não tem pressa de voltar para casa. Você vai se sentir em outra cidade.Mas atenção, Santa Teresa melhorou um bocado o policiamento, mas a região ainda é muito frequentada por pivetes. Todo cuidado é pouco.

Lapa, Sinuca e Gafieira

Patricia Duarte

Lapa 40º é a nova casa de entretenimento do Carlinhos de Jesus, que está localizada no Rio de Janeiro. Onde podemos encontrar diversos estilos como, forró, dança de salão, gafieira, sinuca, tabacaria, além de música ao vivo e cybercafé.
A casa possui 26 mesas de sinucas variadas, sendo assim é a maior casa de sinuca do Brasil. Não importa se você é amante de sinuca ou joga apenas por diversão. A casa possui mesas oficiais, bilhar e no formato pool e algumas com caçapas maiores, próprias para aqueles que gostam apenas de curtir.
Pelo fato de que o estabelecimento é equipado por rede wireless, os pedidos são anotados em palmtop com um sistema de cobrança individual, porém o ingresso para os outros andares, onde estão localizadas as danças, serão cobrados à parte.
Podemos encontrar um cardápio variado. Além dos tradicionais pastéis, bolinhos, sanduíches, petiscos de frutos do mar, carne e costelas de porco. No térreo encontramos mesas de bar, com pequeno palco para shows de banquinho e violão, além das mesas de sinuca e chope da Brahma. As paredes decoradas com jogos de dardos e fotos antigas do Rio de Janeiro. O segundo andar é o espaço reservado para forró e danças de salão. A gafieira fica no terceiro andar com palco para pocket-shows de música brasileira com acústica e sonorização de primeira linha.

Mais um filme sobre Che?

Renata Roxo

Sim e não.

Personal Che, documentário dirigido em parceria pelo brasileiro Douglas Duarte e a colombiana Adriana Mariño, foge à regra de ser apenas mais um filme sobre o mítico guerrilheiro, mesmo o sendo.

Os dois se conheceram num fórum de documentaristas na internet e viajaram a 12 países para descobrir como o mito do guerrilheiro era visto pelas pessoas destes lugares. Seis meses de viagens e incontáveis horas de filmagens depois, sete personagens e personalidades como o jornalista Christopher Hitchens e o mais conhecido biógrafo de Che, Jon Lee Anderson, contam ao espectador suas crenças e opiniões.

"Resolvemos não usar pessoas que fossem conhecidas de Che ou qualquer espécie de narração. Descobrimos personagens muito bons e conseguimos costurar essas histórias durante a edição. Tivemos coisas fantásticas que ficaram de fora", diz Douglas. "O que queríamos era a imposição do mito sobre o homem e não o contrário. Nos parecia muito mais interessante".

O filme teve sua estréia extra-oficial no Festival do Rio do ano passado e vem sendo exibido em outros tantos festivais, como a Mostra de São Paulo ou o Festival Estação Piauí; em todos eles foi muito bem recebido pela crítica, mas também já conseguiu reações extremadas da platéia em algumas seções. Em junho, deve estrear oficialmente nos cinemas.
Através da camponesa boliviana, o neonazista alemão ou o rebelde de Honk Kong e seus "personals Che", é possível fazer uma reflexão sobre o que é e o poder que um mito realmente tem. Perguntado sobre qual seria o seu "personal Che", o documentarista não tem dúvidas: "O do filme".

Veja mais:

Estréia carioca nas prateleiras

Agatha Ramos

Não é de hoje que Flávio Izhaki vêm sido apontado como a promessa da literatura contemporânea. Porém, quando questionado sobre essa responsabilidade, ele diz que não é bem assim. ''Tem gente excelente nas vitrines, estantes e até no estoque''.

Ex-aluno da PUC e da UFRJ, o autor conta que nem sempre teve a certeza do rumo que sua trajetória iria tomar. Não antes de cursar 3 períodos de economia e passar pelo jornalismo esportivo.''Nessa época já usava muito do meu tempo livre para ler. Escrever foi o passo natural'', relembra.

É cercado de muita expectativa, que o carioca de apenas 28 anos faz sua estréia pela editora Guarda-chuva. Intitulado ''De cabeça baixa'', o romance expõe o maior receio de muitos escritores – a rejeição pela crítica. A inspiração para compor o perfil de seus personagens, segundo o escritor, vem de pequenos gestos, como uma conversa entreouvida no cinema ou de um casal sentado numa mesa de bar.

Assim como Felipe Laranjeiras, personagem central da trama, Flávio confessa que também teme fracassar, mas suas expectativas para o lançamento do livro no próximo dia 25 (o livro será lançado na Livraria Argumento – no Leblon) são as melhores possíveis.''Meu romance vai ganhar outros mundos, meus personagens não serão mais meus. Isso assusta, mas é a melhor coisa que posso esperar do lançamento'', afirma.

Para aqueles que pretendem seguir seus passos, Flávio dá uma dica : ''Ler os clássicos é bom, mas é interessante também saber o que está sendo escrito agora''. Vale a pena esperar o lançamento e torcer para que essa promessa se realize.

Veja abaixo o trailer de lançamento do livro:




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terça-feira, 11 de março de 2008

Rua do Lavradio: coração da Lapa

Madeleine Gadelha

Para quem gosta de passear pela Lapa à noite, saiba que durante o dia o bairro do Centro esconde boas surpresas. Durante a semana o trânsito intenso e a movimentação das ruas atrapalha a observação dos detalhes, mas aos sábados, com as ruas praticamente sem trânsito e as lojas abertas é possível descobrir um mundo novo, cheio de histórias do Rio antigo e totalmente revitalizado.
Todo primeiro sábado do mês, a partir das dez horas da manhã na Rua do Lavradio, acontece a feira do Rio antigo, que reúne artes plásticas, moda, decoração, gastronomia, música, arquitetura e muita buginganga. É programa para quem gosta de andar a pé, olhar e eventualmente comprar... camisetas, bijuterias, objetos novos e usados para decorar a casa... uma tentação quase inevitável para não sair de mãos vazias.
Inicialmente a feira ocupava somente a segunda metade da rua, mas desde a sua inauguração há dez anos e com a crescente revitalização da Lapa, a feira também cresceu em tamanho e importância. Ocupa toda a extensão da Rua do Lavradio, desde a esquina com a av. Men de Sá e abriga outros eventos, como o carnaval do Rio antigo, que acontece bem antes da folia de Momo, lá pelo meio do ano. Alguns antiquários ganharam status de lojas de design e a gastronomia vai bem além do tradicional boteco pé-sujo, o que garante a badalação para os outros dias do mês. Aliás, a rua acaba de ganhar um guia informativo organizado pelo IPHAN, contando a história, curiosidades e tudo sobre a arquitetura de cinqüenta endereços do local. O guia já está sendo distribuído gratuitamente nos bares e restaurantes da Lapa. Esse é mais um motivo pra você passar uma tarde de sábado por lá. Assista ao vídeo:
http://vrio.com.br/entretenimento/20/feira-do-lavradio

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A volta em grande estilo da banda Noisecraft

Patrícia Duarte

Após uma longa temporada fora dos palcos do Rio de Janeiro, a banda Noisecraft, composta por Pablo Barroso, vocalista/guitarrista, Felipe Waquim, backing vocal/guitarrista, Bruno Malheiros, baterista e Bernardo Santini, baixista, retorna aos palcos em grande estilo, com músicas próprias, alguns covers de Pearl Jam e muito mais. Noisecraft não se trata de apenas mais uma banda de garagem, seu primeiro show aconteceu no ano de 2002, na Penha, Rio de Janeiro. Apesar de ter uma boa estrutura para o show, quase não havia público. Felipe Waquim garante “a gente tocou muito bem, foi um bom show, muito divertido! E a nossa intenção era mesmo a de se divertir, muito mais do que divulgar a banda”. Adquiriram alguma experiência fazendo pequenas apresentações em festas de amigos, entretanto, ainda houve nervosismo e ansiedade no primeiro show. “Percebi que era como tocar para amigos. Nunca fomos uma banda que tocava com pose. Sempre brincamos no palco, fazemos palhaçadas, rimos dos nossos erros, então fica bem tranqüilo e uma coisa bem informal” confessa Felipe. Ainda contava com a participação do antigo vocalista da banda, Bruno Barroso, que saiu da banda logo depois, em 2004. Em fevereiro de 2007 a banda começou a gravar novamente. “Esse a gente ta gravando profissional mesmo. Cada um gravando sua parte separadamente”.Explica Pablo O cd ainda esta sendo produzido e por este motivo a banda ficou um tempo afastada dos palcos. Porém, agora ela está de volta e o show acontecerá dia 14 de março de 2008 (sexta-feira), a partir das 21:30h, no shopping Citta América, Barra da Tijuca - Vittorino Restaurante - 3º piso -Setor azul - Loja 316/A/B.Vale a pena conferir este evento. A banda deixou claro seu bom gosto, quando se trata do que há de melhor no rock internacional.
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Espetáculos Premiados Em Curta Temporada

Daniel Moncada
O Espaço Sesc de em Copacabana está promovendo a 2ª Mostra de Teatro Candango até o dia 16 de março. O evento apresentará os espetáculos Páginas Amarelas, da Companhia B de Teatro, e A Obscena Senhora D, de Hilda Hilst.

Em Páginas Amarelas, os atores capturam o humor da história em quadrinhos A Pior Banda do Mundo, do português José Carlos Fernandes (em Portugal, as histórias em quadrinhos são conhecidas como bandas desenhadas), e apresenta o dia-a-dia de uma banda que ensaia todos os dias, há 29 anos, sem nunca se apresentar em público. A peça fez parte da Mostra Universitária do Rio Cena Contemporânea 2007, venceu os prêmios de melhor atriz, direção e trilha sonora e foi eleita o segundo melhor espetáculo na categoria edição. Além disso, recebeu o Prêmio Sesc de Teatro Candango de melhor direção para Kênia Dias.
A Obscena Senhora D entra em cartaz no dia 14 e apresenta a história de Hillé, uma mulher que abdica do convívio social se isolando no vão da escada de sua casa. De lá, questiona sua existência e trava um diálogo com seu marido, Ehud. O projeto, uma adaptação do livro homônimo da escritora Hilda Hilst, ganhou adesões ao longo de sete anos e chegou aos palcos ano passado.

A assessora de imprensa do projeto Mônica Riani explica que esse ano a mostra é direcionada a espetáculos premiados de Brasília: “Brasília é uma cidade nova. Sem tradição mas que não devia nada a ninguém”.

De 07/03 a 16/03 - Sex, Sab e Dom Horário: sex e sab, às 21h30; dom, às 20h Preço: R$16,00 R$8,00 (meia)
Espaço SESC R. Domingos Ferreira - 160 Copacabana
Telefones: 2547-0156 / 2548-1088 ramais 228, 255 e 229

Contos de fadas para adultos

Renata Roxo

A idéia do livro Irmãos Grimm em Quadrinhos, lançado pela Editora Desiderata, antes de mais nada, é lembrar como eram os contos de fadas em sua essência: morais, com certeza, mas assustadores e, muitas vezes, violentos e escatológicos. Dentre as histórias que fazem parte do livro, temos títulos que qualquer pessoa conhece como A Bela Adormecida e Branca de Neve, e outros menos conhecidos, como Margaret Esperta. Para executar esta tarefa, foram recrutados 14 quadrinistas tidos como revelação (como Eduardo Filipe, Arturo Uranga, Vinícius Mitchell e Rafael Coutinho, filho de Laerte) para que emprestassem a sua visão e traço a estas histórias que julgávamos tão conhecidas. O Letras & Expressões foi conversar com Fábio Lyra, vencedor do troféu HQ-MIX de melhor desenhista revelação de 2006, criador da musa underground dos quadrinhos Menina Infinito e ilustrador de Rapunzel neste livro.

Como surgiu o convite para fazer parte do livro?
O convite partiu do editor do livro, Lobo. Ele e o Levi Luz, da Intervalo, convocaram a mim e mais uma meia dúzia de autores, depois outros quadrinistas foram chamados ao projeto.

Como foi ilustrar Rapunzel?
A princípio eu queria ilustrar uma outra história, mas aceitei a sugestão do editor de adaptar Rapunzel. No final acabou sendo uma ótima escolha. A história da Rapunzel é muito rica, cheia de detalhes que podem ser explorados. Meu primeiro rascunho, para você ter uma idéia, tinha mais de 20 páginas. Precisei cortar muita coisa pra poder encaixá-la dentro do livro.

Você tem alguma idéia de como o livro está sendo recebido pelo público?
Pelo que tenho visto, ele foi muito bem recebido. Só tenho escutado elogios, tanto do público, como da crítica.

O projeto do livro foi baseado no Little Lit (livro lançado em 2003 que traz nomes como David Mazzuchelli, de Batman: Ano Um; Daniel Clowes, de Mundo Fantasma; e Art Spiegelman, ex-The New Yorker) ou é só coincidência?
Não. A única coisa em comum que os dois projetos têm é o fato de estarem adaptando fábulas e contos de fadas para as HQs, no resto são completamente diferentes.Veja bem, o Little Lit é um projeto voltado para o público infantil (por isso é todo colorido, vem num formato maior, etc) e seus autores tiveram uma liberdade maior nas adaptações, além de não estarem presos a um autor em específico. No caso do livro dos Irmãos Grimm, temos um álbum voltado para o público adulto e com o compromisso de fidelidade aos textos originais dos irmãos.

Também no final do ano passado, o Allan Moore (roteirista de Constantine e V de Vingança) lançou um livro de quadrinhos (Lost Girls) em que as personagens principais também são de contos de fadas, aí eu pergunto: conto de fada é coisa de adulto?
Eles sempre foram. Originalmente, essas histórias também eram voltadas para o público adulto. Só nos últimos séculos é que elas passaram a serem associadas com literatura infantil e começaram a ter seu conteúdo amenizado até o ponto extremamente politicamente correto de hoje em dia.



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